Quem foi Will Durant?

Eu não acho exagero afirmar que Will Durant foi o maior historiador de todos os tempos.

Durant tornou seu propósito de vida descobrir e desvendar o homem e a sociedade através dos tempos. Sua principal obra, História da Civilização, é um calhamaço de 11 volumes que cobre desde a era tribal e a antiguidade, passando pela Idade Média e indo até o final do século XIX. Com a ajuda de sua mulher Ariel Durant, ele dedicou entre os anos 1935 e 1975 de sua vida para escrever tal obra. Seu primeiro volume chama, em inglês, “Our Oriental Heritage”, e realiza uma investigação completa do homem primitivo até os desenvolvimentos das primeiras civilizações. Em seu volume 10, “Rousseau and Revolution”, que lhe rendeu o Prêmio Pullitizer, Durant faz uma completa investigação do período do iluminismo e das revoluções na Europa, e fala, com profundidade e de forma extensiva, da vida e do pensamento de autores como o próprio Rousseau, além de Kant, Goethe, Schiller, Adam Smith, etc.

A perspectiva histórica de Will Durant não é meramente a história vista como política e desenvolvimento de Estados, mas uma história integral: que leva em conta a moral do povo, o desenvolvimento de práticas tradicionais e culturais, a economia, o sexo, a política, a música, as artes, a filosofia, etc.

Durant também possui um livro sobre a História da Filosofia, e obras como “Lessons of History” e “Greatest Minds and Ideas of All Times”, em que busca nos transmitir o que ele, como grande historiador, pensava ser o mais importante e relevante em seus estudos históricos. Sua sabedoria pode ser melhor visualizada em citações como essas:

“A civilização não é herdada; ela precisa ser aprendida e conquistada por cada geração novamente; se a transmissão for interrompida por um século, a civilização morrerá e seremos selvagens outra vez.”

“Se um homem tiver sorte, ele, antes de morrer, reunirá o máximo que puder de sua herança civilizada e a transmitirá a seus filhos. E para o seu último suspiro ele será grato por este legado inesgotável, sabendo que é a nossa mãe nutritiva e a nossa vida duradoura.”

“Neste rio turbulento e manchado, escondido em meio ao absurdo e o sofrimento, existe uma verdadeira Cidade de Deus, na qual os espíritos criativos do passado, pelos milagres da memória e da tradição, ainda vivem e trabalham, esculpem, constroem e cantam. Platão está lá, brincando de filosofia com Sócrates; Shakespeare está lá, trazendo novos tesouros todos os dias; Keats ainda está ouvindo seu rouxinol, e Shelley é levado pelo vento oeste; Nietzsche está lá, delirante e revelador; Cristo está lá, convidando para que possamos compartilhar seu pão. Esses e muitos outros, e os presentes que eles deram, são o Incrível Legado da raça, a tensão de ouro na teia da história.”

Ou no parágrafo inicial de História da Civilização:

“Civilização é ordem social que promove a criação cultural. Quatro elementos a constituem: provisão econômica, organização política, tradição moral e a busca do conhecimento e das artes. Ela começa onde o caos e a insegurança terminam. Pois quando o medo é superado, a curiosidade e a construtividade são livres, e o homem passa pelo impulso natural em direção ao entendimento e embelezamento da vida.“